Ana Carvalheira, psicóloga e investigadora, faz as perguntas certas - Quando o desejo se perde, porque é que se perde? Qual a composição do erotismo, essa energia vital que mobiliza a nossa sexualidade? Como se faz um património erótico capaz de sustentar o desejo e o prazer? - e apresenta um conjunto de hipóteses e reflexões fulcrais e transformadoras, despertando-nos para pequenos nadas, num mundo que é muito mais feito de pormenores do que aquilo que possamos pensar.
Falamos de erotismo, uma entidade viva e instável que precisa de um investimento intencional. O erotismo floresce no mistério, na novidade, na transgressão, na separação e numa certa falta do outro. E perde-se na previsibilidade, na rotina e na fusão relacional.
Há muito a aprender sobre sexo, muitos preconceitos a abandonar (tantos e tão diferentes, uns mais evidentes, outros nem por isso), muitas amarras a soltar (ou a atar, conforme o gosto de cada um) e é isso que a autora oferece neste livro, que escreve com imenso sentido de propriedade e mestria a favor do prazer, da liberdade e da saúde sexual. A este propósito, ocorrem-me as palavras com que Alain de Botton introduz o seu livro "Como Pensar Mais Sobre Sexo":
«É raro passar pela vida sem sentimentos – geralmente com um certo grau de sofrimento secreto, talvez quando acaba uma relação, ou quando estamos deitados na cama, frustrados, ao lado do nosso companheiro, sem conseguirmos adormecer – que de alguma forma somos um pouco estranhos, no que toca ao sexo. É uma área em que a maioria das pessoas tem a dolorosa e profunda impressão de ser bastante invulgar.»
Pontuação: 8/10
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