Assim como acho importante saber de que forma duas pessoas se conheceram, também me parece interessante saber de que forma um determinado livro chegou até nós. Sem esse elo muito particular, tantas vezes contingente e aleatório, esse feliz encontro nunca teria acontecido.
A leitura da Mulher Certa resultou de uma conversa com uma colega do meu grupo de leitores a propósito de um livro de Graham Greene (O Fim da Aventura), que estive à beira de abandonar até perceber, a meio do livro, que toda a história que até ali havia sido contada por um dos protagonistas - a mulher de uma conturbada relação amorosa - iria ser (re)contada pela outra parte - o homem, no caso - colocando-nos nessa posição tão privilegiada quanto rara que nos permite ter uma visão exacta dos dois lados da história: não apenas dos factos e eventos externos, mas também de tudo aquilo que se passava no íntimo de cada um dos personagens.
O mesmo se passa n' A Mulher Certa. É a história de um casal que se desfaz, dando origem a uma outra relação, que começara por ser paralela, e acaba, por sua vez, também por fenecer. A história - qualquer uma delas - é triste, mas é extremamente feliz a forma como a mesma nos é apresentada, como nos é contada, à vez, por cada um dos membros do trio amoroso.
Sándor Márai é exímio em revelar-nos a complexa teia de sentimentos e infindável miríade de pensamentos, emoções, desejos e anseios que habitam os recantos mais profundos dos seus personagens, colocando-nos no papel de confidentes circunstanciais e privilegiados dos protagonistas do seu romance.
A leitura da Mulher Certa resultou de uma conversa com uma colega do meu grupo de leitores a propósito de um livro de Graham Greene (O Fim da Aventura), que estive à beira de abandonar até perceber, a meio do livro, que toda a história que até ali havia sido contada por um dos protagonistas - a mulher de uma conturbada relação amorosa - iria ser (re)contada pela outra parte - o homem, no caso - colocando-nos nessa posição tão privilegiada quanto rara que nos permite ter uma visão exacta dos dois lados da história: não apenas dos factos e eventos externos, mas também de tudo aquilo que se passava no íntimo de cada um dos personagens.
No apartamento estava tudo no seu lugar, só que as divisões pareciam vazias (...). Não são os móveis que dão vida a uma casa, mas o sentimento que anima as pessoas que nela habitam.
O mesmo se passa n' A Mulher Certa. É a história de um casal que se desfaz, dando origem a uma outra relação, que começara por ser paralela, e acaba, por sua vez, também por fenecer. A história - qualquer uma delas - é triste, mas é extremamente feliz a forma como a mesma nos é apresentada, como nos é contada, à vez, por cada um dos membros do trio amoroso.
Esse estado de relativa felicidade em que eu vivera e sofrera nos últimos anos, devorada pela angústia, porque essa falsa felicidade me parecia intolerável, agora, desvanecera-se, não existia mais - subitamente eu apercebia-me disso -, fora o máximo que a vida pudera oferecer-me.
Sándor Márai é exímio em revelar-nos a complexa teia de sentimentos e infindável miríade de pensamentos, emoções, desejos e anseios que habitam os recantos mais profundos dos seus personagens, colocando-nos no papel de confidentes circunstanciais e privilegiados dos protagonistas do seu romance.
Pontuação: 8/10
Sinopse aqui

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