Apesar do título, Manuel Vilas não foge nem esconde a natureza atormentada que nos deu a conhecer no seu primeiro livro - a que, de alguma forma, aqui parece dar continuidade - nas suas deambulações pelo seu mundo interior, despertado e espicaçado por tudo aquilo que o rodeia.
Eu, como sempre, procurava nas cidades algum tipo de verdade ou de beleza, algum tipo de revelação intelectual, coitado de mim, quanto subdesenvolvimento espanhol acarretei às costas, a peste do Franquismo sempre às costas.
É possível encontrar, a espaços, a alegria. Mas a tonalidade é outra. Talvez seja isso, aliás, a presença desse negrume, dessa melancolia, que permite sentir a alegria e o êxtase que aqui e ali marcam a sua escrita.
Estivemos aqui em Zurique e voltei doze anos depois, sendo um homem completamente diferente do que veio cá em 2007. E penso nessa metamorfose do meu corpo e da minha alma e não posso senão sentir-me agradecido a alguma forma de destino. Pois sei que não era feliz nesse ano 2007, não era. Não, não era. É muito possível que nunca o seja. Mas uma coisa é certa: estou a tentar, de uma forma esfarrapada.
Pontuação: 9/10
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Lindo livro
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