Até ao Fim da Terra (David Grossman)

O que nos leva a escolher um livro, quando o abrimos e folheamos por um momento? A capacidade de revelar aquilo que é inacessível aos olhos, todo um mundo de reacções, pensamentos, reflexões, sentimentos e emoções que perpassam no íntimo de cada um de nós nas mais ínfimas fracções de segundos.

Todo este universo de acontecimentos - que não vemos do lado de fora, de que por vezes nem o próprio tem consciência - é infinitamente mais denso, mais rico e fascinante do que a soma de tudo aquilo que nos permitimos exteriorizar, que mostramos ao longo do nosso dia-a-dia.

Grossman tem precisamente essa capacidade, de revelar mundos internos, de escrutinar e analisar milionésimos de segundo que compõem cada fracção da vida interior dos seus personagens, e é isso que faz deste livro uma obra tão sedutora, na qual mergulhamos a fundo e nos hipnotiza ao longo de mais de 600 páginas.

Queria que ela se fosse embora. Que voltasse. Que voltasse a ser como era antes. Aquela coisa que eles tinham tecido nas últimas noites, o deslumbramento, o suave segredo, arrefeceu e desapareceu imediatamente. E se calhar nem sequer existia, só na cabeça dele, como sempre.  

Pontuação: 8/10
Sinopse aqui 

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