Leituras de 2025

 


2025 voltou a ser um ano de boas leituras, tanto em número como em qualidade (com especial destaque para os dois volumes da triologia de Elias Canetti, a Triologia de Copenhaga e a Bailarina de Aushwitz). Ainda que não tenha sobrado tempo para vir aqui falar um pouco sobre cada um deles, não faltou para submergir nas muitas páginas que me acompanharam em todo este tempo. Aqui ficam os mundos por onde andei...

  1. Opção B

  2. O Sanatório 

  3. O Mundo à Beira de um Ataque de Nervos

  4. Mundo Belo Onde Estás 

  5. Uma Educação

  6. O Perfume das Flores à Noite

  7. O Retiro

  8. Os Pilares da Terra I

  9. Naquele Dia

  10. Uma Viagem Terapêutica

  11. Pulp

  12. Os Pilares da Terra II

  13. A Língua Resgatada

  14. A Casa Holandesa 

  15. Malala

  16. O Archote no Ouvido

  17. No Limiar da Eternidade

  18. O Reencontro 

  19. A Triologia de Copenhaga

  20. A Vida Mentirosa dos Adultos

  21. O Drama de Marísia

  22. O Meu Nome é Emília del Valle

  23. Aprender a Falar com as Plantas

  24. A Bailarina de Auschwitz 

  25. O Mestre da Fuga

  26. Os Bebés de Auschwitz 

  27. Como Aprendi a Compreender o Mundo

  28. O Outono Alemão

  29. O Mito do Normal 

  30. As Margens e a Escrita

  31. Sobre o Sentimento de Imortalidade na Juventude

  32. Diário (Etty Hillesum)

  33. Retrato de uma Senhora 

  34. Ligações Perdidas

  35. A Filha do Coveiro

  36. A Rapariga de Antes

  37. Sultana



Os últimos três anos


Juntando as leituras dos dois anos que antecedem o que agora finda, não chegam ao número de livros que consegui percorrer em 2024. Foram dois anos absorvida noutros campos, para perceber que não há outro como este, da imersão na leitura.

Livros 2024

  1. A Suite Francesa

  2. Olhem para o mundo com o coração 

  3. O drama de ser uma criança

  4. Extensão do Domínio da Luta

  5. Razões para viver 

  6. Dois

  7. Maniac

  8. Antes que o café arrefeça 

  9. Serviçais

  10. A escrita ou a vida

  11. O vício dos livros

  12. A breve vida das flores 

  13. Indice Médio de Felicidade 

  14. Palavras que tocam a alma

  15. Não haverá mais amanhãs

  16. Diário de um homem supérfluo 

  17. A amiga genial

  18. A Biblioteca da meia noite

  19. Lugares Escondidos da Mente

  20. A Imperatriz Viúva

  21. Manual de Sobrevivência do Escritor 

  22. História do Novo Nome

  23. História de quem vai e de quem fica

  24. História da Menina Perdida

  25. Agridoce 

  26. O lago dos sonhos

  27. Nunca se perde uma paixão 

  28. Escrever

  29. O que eu sei de mim

  30. Cartas a Milena

  31. Grandes Vidas Breves

  32. Sapiens

  33. O Ano do Pensamento Mágico 

  34. Só depende de ti

  35. A irmã 

  36. Meio Sol Amarelo


Livros 2023

  1. O retorno

  2. O meu nome é Lucy Barton

  3. O Jovem Torless

  4. Tudo é possível 

  5. Reiventar-se

  6. A Boa Sorte (Rosa Montero)

  7. Violeta (Isabel Allende)

  8. As regras da casa

  9. Emigrantes (Ferreira de Castro)

  10. De olhos fixos no sol

  11. Dom Casmurro

  12. Em parte incerta

  13. O seu filho precisa de si

  14. Shugguie Bain

  15. O corpo não esquece

  16. Humilhados e Ofendidos

  17. Memória de Rapariga 


Livros 2022

  1. Casei com um Massai

  2. A Carne

  3. Talvez devesse falar com alguém 

  4. As regras da cortesia 

  5. O País dos Outros 

  6. Uma vida (Guy de Montpassant)

  7. Pessoas Comuns

  8. O homem mais feliz do mundo 

  9. Almas imperfeitas 

  10. A irmã de Freud

  11. Amor que mata 

  12. O Mayor de Casterbridge

  13. Os vícios dos escritores 

  14. Escolhe-te a ti mesmo

  15. Uma paixão simples 

  16. O acontecimento 

  17. Os Beijos

  18. Conhecer, amar e curar a sua criança interior 



O que Li em 2021

  1. E Tudo o Vento Levou II

  2. Viver sem chefe

  3. Culpa

  4. Factfulness

  5. Consentimento 

  6. Foco

  7. Vidas Escritas 

  8. O senhor das almas

  9. Porque escolhi viver

  10. Uma noite de inverno

  11. Reféns das próprias emoções 

  12. Um coração simples 

  13. A praia (Pavesse) 

  14. Regresso a Reims

  15. Estou viva, estou viva, estou viva

  16. A Contraluz 

  17. Solidão

  18. Até ao fim da Terra 

  19. Viagem ao Amor

  20. Segunda Vida

  21. Coração tão branco

  22. Doutor Jivago

  23. O coração é o último a morrer

Até ao Fim da Terra (David Grossman)

O que nos leva a escolher um livro, quando o abrimos e folheamos por um momento? A capacidade de revelar aquilo que é inacessível aos olhos, todo um mundo de reacções, pensamentos, reflexões, sentimentos e emoções que perpassam no íntimo de cada um de nós nas mais ínfimas fracções de segundos.

Todo este universo de acontecimentos - que não vemos do lado de fora, de que por vezes nem o próprio tem consciência - é infinitamente mais denso, mais rico e fascinante do que a soma de tudo aquilo que nos permitimos exteriorizar, que mostramos ao longo do nosso dia-a-dia.

Grossman tem precisamente essa capacidade, de revelar mundos internos, de escrutinar e analisar milionésimos de segundo que compõem cada fracção da vida interior dos seus personagens, e é isso que faz deste livro uma obra tão sedutora, na qual mergulhamos a fundo e nos hipnotiza ao longo de mais de 600 páginas.

Queria que ela se fosse embora. Que voltasse. Que voltasse a ser como era antes. Aquela coisa que eles tinham tecido nas últimas noites, o deslumbramento, o suave segredo, arrefeceu e desapareceu imediatamente. E se calhar nem sequer existia, só na cabeça dele, como sempre.  

Pontuação: 8/10
Sinopse aqui 

Os livros que li em 2020

Este ano foi bastante atípico (também) até ao nível da leitura. Não só tive uma tese para concluir, como a pandemia se meteu pelo meio, perturbando a concentração e o ritmo de leitura. 
Aqui fica, pois, a lista do que li em 2020: 
    1. A Balada do Medo (Norberto Morais)
    2. Um homem apaixonado (Karl Ove Knausgård)
    3. Factotum (Charles Bukowski)
    4. Homo Deus (Yuval Noah Harari)
    5. As pessoas felizes lêem e bebem café (Agnès Martin-Lugand) 
    6. Quando a mente adoece (Pedro Afonso) 
    7. Todas as Almas (Javier Marías) 
    8. Esteiros (Soeiro Pereira Gomes) 
    9. Antes do Amanhecer (Somerset Maugham) 
    10. A Barreira Invisível (Pat Barker)
    11. O Animal Social (David Brooks)
    12. Factotum (Charles Bukowski)
    13. A arte subtil de dizer que se f*da (Mark Manson)
    14. A Amante Holandesa (J. Rentes De Carvalho)
    15. Crime e Castigo Fiódor Dostoiévski
    16. Inês da Minha Alma (Isabel Allende)
    17. Fanny Owen (Agustina Bessa-Luís)
    18. E, de repente, a alegria (Manuel Vilas)
    19. Os Óculos da Felicidade (Rafael Santandreu)
    20. O Enigma do Quarto 622 (Joël Dicker)
    21. Alves & Cª (Eça de Queirós) 
    22. Longa Pétala de Mar (Isabel Allende)
    23. O Quarto de Geovanni James Baldwin
    24. O amor não se aprende na escola (Joaquim Quintino Aires)
    25. A Vida é um Sopro (Miguel Estrada e Coimbra de Matos)
    26. E tudo o vento levou Vol. I (Margaret Mitchell)

                                                        E, de repente, a alegria (Manuel Vilas)


                                                        Apesar do título, Manuel Vilas não foge nem esconde a natureza atormentada que nos deu a conhecer no seu primeiro livro - a que, de alguma forma, aqui parece dar continuidade - nas suas deambulações pelo seu mundo interior, despertado e espicaçado por tudo aquilo que o rodeia. 

                                                        Eu, como sempre, procurava nas cidades algum tipo de verdade ou de beleza, algum tipo de revelação intelectual, coitado de mim, quanto subdesenvolvimento espanhol acarretei às costas, a peste do Franquismo sempre às costas.

                                                        É possível encontrar, a espaços, a alegria. Mas a tonalidade é outra. Talvez seja isso, aliás, a presença desse negrume, dessa melancolia, que permite sentir a alegria e o êxtase que aqui e ali marcam a sua escrita. 

                                                        Estivemos aqui em Zurique e voltei doze anos depois, sendo um homem completamente diferente do que veio cá em 2007. E penso nessa metamorfose do meu corpo e da minha alma e não posso senão sentir-me agradecido a alguma forma de destino. Pois sei que não era feliz nesse ano 2007, não era. Não, não era. É muito possível que nunca o seja. Mas uma coisa é certa: estou a tentar, de uma forma esfarrapada. 

                                                        Pontuação: 9/10
                                                        Sinopse aqui